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Performance dos Fundos – Resumos de Março

12 ABR 2022

Imagem Performance dos Fundos – Resumos de Março

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Fundos Multimercados

Se olharmos apenas para março deste ano, tivemos eventos de décadas acontecendo todos ao mesmo tempo: guerra na Ucrânia, alta do petróleo, FED subindo os juros, um nível de inflação nunca visto anteriormente nos EUA e a permanência da COVID na China. Daí, vem a nossa analogia, “O pombo no tabuleiro de xadrez”, que derrubou todas as peças e agora temos que reorganizar a dinâmica do jogo.

Diante desse cenário, estamos enxergando quatro vertentes de oportunidades:

1ª) Juros nos EUA: níveis de inflação a patamares jamais vistos anteriormente nos EUA e na Europa. Esses juros terão que subir, principalmente os juros reais, que são aqueles que descontam a inflação. Nosso posicionamento no fundo é mover de juros nominais para juros reais, onde enxergamos melhores oportunidades.

2ª) As commodities. Consideramos que um novo ciclo de investimentos em commodities deve se iniciar. Reduzimos um pouco o petróleo e compramos mais ações relacionadas à investimentos e exploração de petróleo, que podem se beneficiar se os patamares de preço permanecerem nesse nível.

3ª) China mudando de figura. O governo chinês deve afrouxar as políticas monetária, regulatória e fiscal. Portanto, estamos comprando mais internet chinesa, por exemplo, cujo preço caiu 80% do topo.

Por fim, a 4ª oportunidade é o Brasil. Um país que se beneficia muito dos termos de troca com todas as commodities subindo. Os elevados patamares de juros também ajudam a performance da nossa moeda. E a combinação de valuations atrativas e melhoras no cenário econômico, junto com o fim o processo de elevação de juros, deve beneficiar nossa bolsa.

Fundos de Ações

Fechamos o mês de março no positivo e a Bolsa brasileira é a melhor do mundo em 2022.

O Ibovespa apresentou, pelo terceiro mês consecutivo, campo positivo com 6% de aumento agora no mês de março, acumulando uma performance de 15% no ano. Isso ocorre em meio ao cenário turbulento de guerra no Leste Europeu que contribui para mais uma alta nos preços das commodities. Como a Bolsa brasileira é formada por 40% de exportadores de commodities, isso nos beneficiou.

Soma-se a isso, alguns dados macroeconômicos que estão vindo à margem mais positiva. Os dados observados no mês de fevereiro se repetiram no mês de março, com isso, economistas de banco deverão revisar de forma positiva as suas projeções sobre o nível de atividade do Brasil, sendo igualmente bom as empresas domésticas.

Por fim, os fundos de ações da Kinea superaram o índice de março muito devido à composição equilibrada dos portfólios. Já carregamos uma posição considerável em commodities que se beneficiaram do aspecto da guerra ao longo da primeira quinzena no mês de março. Tivemos, também, aqueles nomes de yield que nós comentamos no vídeo passado e montamos as posições que se beneficiaram da melhora na percepção da economia brasileira ao longo da segunda quinzena do mesmo mês.

Contudo, é importante pontuar que algumas projeções que havíamos feito para o mês de março não vingaram. O mês foi muito forte e muito positivo, mas isso não significa que os riscos que estamos observando não estão fora da mesa, muito pelo contrário, nós estamos observando isso agora, principalmente, projetando o mês de abril.

Entretanto, historicamente, o mês de abril é muito positivo para as Bolsas ao redor do mundo, mas também para as ações small-mid caps e para as empresas de valor. O que, em tese, deveria jogar a favor para os fundos de ações da Kinea pela forma como estão estruturados os portfólios.

Agora, os riscos que estamos chamando a atenção estão relacionados às questões globais. Ainda estamos vivenciando a guerra no Leste Europeu e os seus impactos para as cadeias de suprimentos e para as commodities. Porém, ainda estamos observando a escalada da inflação, em que temos um print do CPI americano agora no início de abril que pode levar os investidores a fazerem uma leitura diferente às próximas decisões do FED.

Apesar de monitorar esses riscos e procurar formas de proteger os portfólios, para o mês de abril, estamos correndo mais riscos, mantendo a nossa exposição em domésticos. Aqui, nós realizamos uma rotação dentro dos nomes de yield, nós alongamos a duration, ou seja, estamos efetivamente correndo mais riscos dentro dos nomes que se beneficiam do fechamento de curva. Basicamente, vendemos alguns nomes de utilitieis de geração, distribuição e transmissão de energia elétrica e compramos mais shoppings, concessões rodoviárias e outros nomes do tipo. Voltamos consideravelmente para o consumo discricionário depois da última performance do setor nas últimas duas semanas, alguns valuations não fazem mais tanto sentido e mantemos nossa exposição em bancos nos fundos.

Fundos de Renda Fixa

Março foi um mês importante na Renda Fixa. O Banco Central anunciou que pode parar de subir juros a partir da reunião de maio, mesmo com a inflação ainda pressionada. Ele está certo? Qual deve ser a trajetória da inflamação? No vídeo, abordamos essas questões e as perspectivas para a Renda Fixa em um ano eleitoral.

Fundos de Crédito Privado

Março foi um mês bastante agitado, com os mercados internacionais sendo influenciados por três temas principais: o conflito Rússia/Ucrânia, as fortes declarações das mais altas autoridades chinesas se comprometendo a intensificar políticas que permitam ao país atingir suas metas de crescimento para 2022, e as comunicações dos bancos centrais de países desenvolvidos (especialmente do FED) abriram definitivamente as portas para aumentos maiores e mais rápidos de suas taxas básicas de juros, ao mesmo tempo em que tentaram assegurar o mercado de que a inflação pode ser controlada sem causar uma recessão.

No mercado de local, os spreads seguiram fechando pelo segundo mês consecutivo. Este movimento nos parece ser consequência do volume ainda reduzido de ofertas primárias nestes primeiros meses do ano, da entrada de recursos em fundos de crédito que segue forte (atraídos pelo CDI alto, bons spreads, e forte qualidade de crédito dos emissores), maior fluxo de amortizações de papéis em 2022 (que retornam caixa para os fundos), e a redução da alocação em caixa dos fundos de crédito. Por estes fatores, seguimos otimistas com a possibilidade de fechamento adicional de spreads para os próximos meses. Em nossos portfólios de crédito, começamos o ano com posições acima da média em caixa, e desde então estamos aumentando a alocação de nossos fundos.

Em nossa carteira de créditos offshore da América Latina, o mês trouxe performance positiva. Em sintonia com o comportamento dos mercados internacionais, os spreads de bonds offshore tiveram forte abertura no mês, seguido por forte fechamento de spreads quando o cenário externo começou a melhorar. Nós reduzimos taticamente nossa alocação nessa classe de ativos durante o mês, pois acreditamos que, após o rally da segunda quinzena de março (que trouxe os spreads para níveis mais baixos e em linha com os do início do ano), teremos melhores oportunidade de aumentar essa alocação a spreads melhores ao longo do ano. Reiteramos que acreditamos que nossa posição em bonds offshore de grandes empresas da América Latina, que pagam juros em Dólar mas que transformamos em rendimentos em CDI e sem risco cambial, nos oferece juros substancialmente mais altos que os disponíveis no mercado local, mas sem para isso aumentar o risco de crédito da carteira. Essa posição apresenta volatilidade de preços maior que uma carteira puramente local, mas é importante entender que a volatilidade de qualidade de crédito é muito semelhante à de uma carteira puramente local, e que nós procuramos navegar esta volatilidade de preços para gerar retornos nesta carteira acima do carrego desses papéis.

Três dos nossos fundos de crédito que podem fazer esse tipo de investimento são o Kinea Andes, o Kinea Alpes Prev, e o Kinea Oportunidade. Aliás, o Kinea Andes acabou de completar 6 meses de vida, e entregou 117% do CDI neste período para seus cotistas.

Fundos de Infraestrutura

O KDIF11, nosso fundo de infraestrutura, teve um aumento de rendimento referente ao mês de março e fez um novo investimento. Distribuímos R$ 1,20 por cota no mês passado (fevereiro). Já o valor referente ao mês de março (pago em abril), foi de R$ 1,80 por cota.

Esse valor de R$1,80 por cota é formado por R$ 0,62 referentes aos juros reais, sendo esse componente do fundo bastante estável e um pouco maior no mês de março devido a dois dias úteis a mais que o mês de fevereiro. E cujo grande responsável por esse aumento foi a expectativa de inflação, que em março foi bem maior do que a do mês de fevereiro, e no caso do KDIF11, isso se reflete de imediato, ou seja, inflação mais alta resulta em aumento do seu rendimento.

Nesse mês, também, houve uma nova alocação do fundo em debêntures, emitidas pela empresa Usina Coromandel, que é uma geradora de energia solar cuja taxa dessa operação foi de IPCA mais 8,8% ao ano. Portanto, essa debênture passou a fazer parte da nossa carteira devido aos padrões de garantia e de crédito que já têm em outras debêntures do fundo.

Na prática, quando investimos em uma debênture, estamos emprestando dinheiro para uma companhia para que ela faça investimentos, nesse caso, investimento em infraestrutura. Uma coisa importante a destacar é que quando a empresa usa esse instrumento da debênture, ela é obrigada a usar o dinheiro na proposta de investimento realizada para fazer a captação de recursos. No caso de Coromandel, a empresa precisa usar o dinheiro na construção de uma usina para a produção de energia solar, com capacidade de geração de 78 megawatt-pico, permitindo atender uma cidade com 170 mil habitantes.

Estamos emprestando para essa empresa o montante de R$ 220 milhões por meio de debêntures, sendo essa uma operação exclusiva para os fundos da Kinea. Em outras palavras, nenhum outro participante do mercado teve a oportunidade de investir nessa debênture e o acesso a esse tipo de operação se dá pelo tamanho que o fundo possui.

Fundos do Agronegócio

No mês de março, apresentamos mais um aumento de rendimento do KNCA11, que chegou a R$ 1,32 por cota. Com a marca, presenciamos o maior resultado desde o lançamento do fundo. É importante lembrar que março foi um mês com maior número de dias úteis e, somado a isso, houve aumentos nas taxas de juros efetuados pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Nesse sentido, como a nossa carteira é pós-fixada, devemos nos beneficiar dos futuros aumentos da taxa de juros indicados na ata de reunião do Copom. Dessa forma, esperamos resultados resilientes do fundo para os próximos meses.

Sobre a carteira do fundo, continuamos com aproximadamente 98% dos recursos alocados em ativos de açúcar e etanol. Permanecemos bastante construtivos em relação aos fundamentos do mercado, não só pela crise energética que vem impactando o mundo nesse momento e refletindo no preço do etanol, mas também, por uma situação de oferta e demanda mais apertada na produção de açúcar.

Com isso em mente, seguimos bastante positivos em relação aos nossos investimentos no setor e, para finalizar, em breve, teremos uma nova oferta cujos objetivos são crescimento e maior diversificação do fundo.

Fundos Imobiliários

Fundos de CRis

São muitas as novidades nos fundos de CRI da Kinea. Começando pelo Kinea Rendimentos (KNCR11), que teve rendimento de R$ 1,00 em março. Aqui, enfatizamos a importância dos investidores checarem no relatório de gestão um processo de reciclagem do portfólio.

Com o aumento da demanda por títulos pós-fixados, estamos trocando ativos com spread menor e alocando em operações novas com spread adicional. Esse processo leva algum tempo, mas já contribui para o aumento do spread de carrego médio do fundo cujos dividendos, depois de vários meses, atingiram o patamar de R$ 1,00. Para o ano, a expectativa é de dividendos ainda maiores em um cenário de Selic chegando, talvez, a 13% ao ano.

Já sobre o Kinea Índices de Preços (KNIP11), seu rendimento foi de R$ 1,35 devido a uma inflação muito pressionada e persistente. O fundo está alocado e a carteira segue saudável, assim como a carteira dos demais fundos, iremos acompanhar para saber em que patamar essa inflação irá se acomodar, mas, enquanto isso, o fundo segue se beneficiando do IPCA pressionado.

Tivemos uma nova oferta por meio do Kinea High Yield (KNHY11) e captamos quase R$ 420 milhões, cujos rendimentos distribuídos foi de R$ 1,21. O KNHY11 vai se beneficiar de um bom momento para alocação de recursos devido às curvas de juros estarem bastante “estressadas” e haver menor liquidez no mercado, sendo essa uma boa safra para a alocação. Além disso, já fizemos algumas alocações relevantes no mês de março, portanto, solicitamos que verifiquem o relatório de gestão. Ainda há outras alocações a serem feitas que serão informadas nos próximos meses, havendo bastante novidades em taxas que julgamos bastante atrativas para os investidores.

Encerramos, no mês de março, a captação, por meio do Kinea Securities (KNSC11), de R$ 480 milhões. Esse fundo teve uma distribuição de R$ 1,12. Novamente, solicitamos que verifiquem os relatórios de gestão para saber das novidades e novas operações.

Antes da nova emissão, o fundo tinha quase toda a carteira atrelada a juros reais, aproximadamente 90% dela, esse percentual deverá ficar mais próximo de 50%. Estamos buscando um equilíbrio entre os juros pós e os juros reais para que o investidor se beneficie desse ambiente, ou seja, inflação alta e juros pós-fixado altos. Esse é um fundo dinâmico e que se propõe a fazer isso. Sendo assim, acreditamos que o portfólio ficará bastante adequado para esse ano de 2022.

KNRI11

O que temos observado no portfólio e no mercado como um todo é uma maior movimentação e redução de vacância em áreas específicas na cidade de São Paulo, local onde se encontra uma parte importante dos nossos ativos. Essa movimentação permitiu a locação de mais um andar na Rua Joaquim Floriano.

Lembrando aos nossos investidores que mesmo com a assinatura de um contrato, usualmente se trabalha com uma carência, que são os meses necessários para a mudança do inquilino. Com isso, em alguns meses não há a cobrança de aluguel. Essas informações, apresentamos no relatório para que o investidor entenda em que momento os contratos assinados se revertem em receita e, posteriormente, em dividendo.

No mês de abril, temos um volume importante de carência passando, referente a um centro logístico que alugamos no passado e isso irá permitir um aumento na distribuição dos dividendos, portanto são notícias positivas.

Olhando para os escritórios, vimos um aumento de visitação, puxado pela volta ao trabalho presencial. Além disso, muitas empresas contrataram durante a pandemia e agora estão fazendo o processo da volta no modelo híbrido, isso leva a reavaliação dos seus inquilinos. Muitos inquilinos nessa reavaliação, acabam pensando inclusive no local, procurando melhores endereços e estrutura em prédios novos. Como isso, estamos conseguindo captar essa movimentação para o fundo devido ao aumento de visitação aos nossos ativos.

Dito isso, esperamos uma redução constante da vacância em São Paulo, localidade onde esse movimento é mais forte. Mesmo no Rio de Janeiro que vinha com alguns desafios e estava um pouco mais devagar, já sentimos uma retomada e esperamos, nos próximos meses, trazer mais informações sobre a locação nessa cidade.

Já em Belo Horizonte, onde temos apenas dois andares, é um mercado que está um pouco atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. Contudo, apresenta potenciais inquilinos que estão visitando esses ativos. Por fim, esperamos a redução da vacância também em Belo Horizonte. Permanecemos otimistas e com cautela, analisando as movimentações desse mercado.

KFOF11

O Kinea Fundo de Fundos Imobiliários (KFOF11) apresentou uma boa performance no mês de março. Olhando para a renda variável, o Ibovespa teve uma valorização de 6% nesse mês, o IFIX mais de 1% e o dólar desvalorizou mais de 8%. Nesse mesmo cenário, o KFOF teve um desempenho total de quase 4% no mês. Apesar da guerra e do efeito inflacionário global, o Brasil não sente tanto o impacto devido ao status de exportador líquido de commodities.

Em geral, março foi um mês que teve um fluxo financeiro muito forte para o Brasil e a nossa moeda valorizou, isto gera um cenário mais positivo para a renda variável no país. No cenário atual, o Banco Central (BC) entende que só mais um aumento será suficiente para conter a inflação, movimento que faz as curvas de juros fecharem.

A pergunta era quando o BC pararia de subir os juros, já estamos chegando nesse momento, o que é muito benéfico, principalmente para os fundos de tijolo, em que temos como exemplos, a valorização dos fundos de shoppings a mais de 4% e dos fundos híbridos, que tiveram uma valorização de mais de 2% no mês. Portanto, o cenário atual é muito mais benéfico do que alguns meses atrás.

Para finalizar, o fundo distribuiu R$ 0,68 por cota, representando um aumento consecutivo comparado ao mês anterior. Estamos com uma reserva acumulada total, até agora, de R$ 0,14 por cota, com o segmento de shoppings sendo um dos principais responsáveis por esse entrega.

Se compararmos a dezembro de 2021, diversos fundos estão 15% acima do que já vinham distribuindo. Além disso, os fundos de CRI, principalmente os pós-fixados, estão aumentando o dividendo devido ao aumento da Selic. Portanto, nós estamos bem confortáveis com a distribuição atual dentro desse cenário e reserva disponível.

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